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02/09/2019 - Desemprego em massa, reformas e incêndios na Amazônia derrubam popularidade de Bolsonaro
Levantamento mostrou que avaliação negativa de Bolsonaro disparou e agora é de 39,5%, contra 19% em fevereiro.

Além de ter se tornado o chefe de Estado mais malquisto do mundo por suas posições autoritárias, sistemática defesa da violência, tortura e ditadura e por estimular a degradação da Floresta Amazônica, o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) vê sua popularidade despencar também no Brasil. O número de pessoas que desaprovam o seu desempenho pessoal disparou, passando de 28,2%, em fevereiro, para 53,7%, em agosto, segundo pesquisa feita pela CNT/MDA.

O levantamento mostrou, ainda, que a avaliação negativa da gestão Bolsonaro disparou e agora é de 39,5%, contra 19% em fevereiro. Entre os motivos para o derretimento da popularidade estão a reforma da Previdência (a maioria dos brasileiros, 52,7%, segundo pesquisa da CNT-MDA, é contra. E para 60,7% a reforma não será positiva para suas aposentadorias), corte de verbas e de direitos trabalhistas, alto índice de desemprego (mais de 12%, cerca de 12,8 milhões de brasileiros), recessão econômica, queda da renda dos mais pobres e aumento da renda dos mais ricos. 
 
Outro motivo apontado foi a deterioração social causada pela política econômica que, por exemplo, fez com que a extrema pobreza aumentasse. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania mostram que a pobreza extrema já atinge 13,2 milhões de pessoas. E as perspectivas não são boas, já que a política econômica tende a ampliar este número, ao provocar o aumento da estagnação da atividade econômica e da recessão, com impacto negativo sobre emprego e renda.
 
Datafolha: cresce reprovação
 
Outro instituto de pesquisa, o Datafolha, mostrou que a reprovação do governo aumentou, em menos de dois meses, de 33% para 38%. O levantamento anterior foi feito no início de julho. Desta forma, Bolsonaro segue sendo o presidente eleito mais mal avaliado em um primeiro mandato, comparado aos governos Dilma (11%), Lula (10%) e FHC (15%).
 
Aumenta a renda dos mais ricos
 
Segundo estudo do economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas Social (FGV-Social), o Brasil vive o mais longo período de aumento de desigualdade da sua história. A concentração de renda, ou seja, o dinheiro em posse dos mais ricos, cresce há 17 trimestres. O desemprego elevado, que ainda atinge 12 milhões de pessoas, é a principal causa para a alta da desigualdade.
 
Os únicos que se beneficiam da política econômica são os mais ricos, os 5% do topo da pirâmide social. Somente o 1% mais rico teve quase 10% de aumento no poder de compra. Para os trabalhadores, a renda teve perdas importantes e segue estagnada. A dificuldade de encontrar uma vaga prejudica ainda mais os jovens. A renda do trabalho dos brasileiros com idade entre 20 e 24 anos encolheu 17% entre o quarto trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019, diz o estudo.
 
O projeto do governo Bolsonaro e do banqueiro e ministro da Economia Paulo Guedes é voltado para enriquecer ainda mais os grandes grupos empresariais, sobretudo os bancos. Enquanto o desemprego subia e a economia e os salários rastejavam, Bradesco, Itaú e Santander lucraram, juntos, R$ 32,7 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 13%. É prenúncio de novo recorde anual. Em 2018, o trio teve ganhos inéditos: R$ 56,7 bilhões. Apenas no primeiro semestre de 2018, foram R$ 28,9 bilhões.
 
Nem agronegócio está satisfeito
 
Até mesmo exportadores agrícolas criticam as atitudes do presidente brasileiro. Algumas dessas empresas, que batalham há anos para desvincular suas marcas do desmatamento, fazem pressão sobre Bolsonaro para tentar levá-lo de volta à razão. Com o objetivo principal de garantir que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul não seja comprometido.
 
 


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