Um debate sobre o tema ‘A descoberta do Pré-Sal vai beneficiar a população brasileira?’, seguido de feijoada e roda de samba sob o comando de Bira da Vila, com Wilson Bombeiro, Barbeirinho e Alma Negra como convidados, marcará na próxima sexta-feira (2/10) a segunda apresentação do ‘Consciência do Samba’, projeto inaugurado em 4 de setembro deste ano pelo Sindsprev/RJ, com show de Serginho Gama e a Bateria da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti. A entrada é franca e todos os trabalhadores estão convidados a participar. As atividades começarão às 13h, no auditório nobre do Sindsprev/RJ(Rua Joaquim Silva, 98, Lapa, atrás da Sala Cecília Meireles).
Previsto para acontecer sempre na primeira sexta-feira de cada mês, o Projeto ‘Consciência do Samba’ visa ser um espaço de debate crítico conjugado com apresentações de nossa mais autêntica manifestação cultural, o samba, em suas inúmeras formas e variantes. Uma das características centrais do projeto é que o universo temático dos debates não necessariamente estará vinculado ao mundo da arte e/ou das políticas culturais, embora não haja qualquer impedimento para que isto também aconteça.
Berço da boemia carioca e lugar de tantas tradições do samba e da música popular brasileira, a Lapa não poderia ser melhor escolha como espaço de desenvolvimento do projeto, o que também vale para a rua Joaquim Silva, onde morou o famoso compositor Wilson Batista, que, em 1933, envolveu-se numa polêmica com ninguém menos que Noel Rosa, autor do clássico ‘Palpite Infeliz’, entre outras pérolas da MPB.
Combinando tradição e novidade
Sem negar a importância fundamental da tradição, dos grandes clássicos do samba e de seus compositores para a constituição do imaginário popular brasileiro, o Projeto não pretende, contudo, cair no erro de conceber nossas tradições e patrimônio cultural do samba como ‘negação do novo’ ou o culto a um saudosismo estéril que em nada se coaduna aos tempos atuais. Ao contrário, pretende-se que o ‘Consciência do Samba’ seja um espaço aberto a novos compositores e para todos aqueles que, embora já componham há bastante tempo, ainda estão esquecidos ou relegados a segundo plano.
A merecida homenagem a Luiz Carlos da Vila, cujo nome identifica o palco fixo do evento, é apenas parte de um conjunto de manifestações que, ao longo do projeto, incluirá referências a nomes como Candeia, Paulinho da Viola, Carlos Cachaça, Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Clara Nunes e também os compositores das novas gerações, sob o comando de ‘Bira da Vila’, parceiro de Luiz Carlos e marco na resistência cultural do samba.
É sob a atmosfera de grande descontração da Lapa e sua carioquice que, além das apresentações musicais, transcorrerão os debates do ‘Consciência do Samba’, no melhor ‘clima de boteco’, onde, afinal e contas, rola sempre um bom papo regado a muita cerveja e tira-gosto. Consciência do Samba, um projeto que ‘veio pra ficar’.