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14/05/2012 - É hora de a Ottimiza Engenharia partilhar seu faturamento com os trabalhadores
Empresa também deve ressarcir as horas extras dos empregados que alimentaram um Banco de Horas irregular.

No Sintcon Notícias de abril 2012, denunciamos uma irregularidade: a empresa Ottimiza Engenharia havia instituído um Banco de Horas, sem validade jurídica e trabalhista, feito sem o aval do Sindicato e, o que é pior, segundo a denúncia, sem uma consulta prévia a seus empregados.               

Na oportunidade ressaltamos que não existe Banco de Horas previsto na Convenção Coletiva de Trabalho e que, para ter validade jurídica e trabalhista, o Banco de Horas tem de ser acordado formalmente entre a empresa e o Sindicato, com o aval da assembléia dos empregados da OTZ Engenharia.              

No nosso entender, Banco de Horas é um instrumento que atende, basicamente, aos interesses da empresa; seja por dificuldade financeira para pagar, a cada mês, horas extras realizadas visando atender às demandas dos serviços; seja para reduzir a jornada normal dos empregados, nos momentos de pouca atividade, sem redução do salário, permanecendo um crédito de horas para utilização quando a produção tornar a crescer, ressalvado o que for passível de negociação coletiva (Acordo Coletivo de Trabalho).             

 Para nossa surpresa, na revista ‘O EMPREITEIRO’ de abril de 2012, página 17, o Sr. Marcelo Pereira, diretor da OTZ Engenharia, diz que, até 2011, a empresa teve crescimento de 324% (trezentos e vinte quatro por cento) e que a expectativa para este ano é de aumento de mais de 100% (cem por cento). Isto significa que, em faturamento, a OTZ vai saltar dos R$ 12,5 milhões, em 2010, para R$ 60 milhões, em 2012. Além disso, afirma que a empresa está entrando, este ano, no mercado de eficiência energética, e já conquistou certificados da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e do Catálogo Navipeças. A outra conquista recente é o CRCC, obtido em 33 tipos de serviços.              

Parabéns! Nos orgulhamos quando uma empresa do setor apresenta resultados positivos, pois, certamente, implica em valorização dos empregados e a possibilidade de novos postos de serviços. Assim sendo, aproveitamos a oportunidade para lembrar à direção da OTZ Engenharia que não se esqueça de partilhar uma parcela expressiva desse faturamento com aqueles que contribuíram diretamente para a construção dessa realidade. Significa não só o reconhecimento do mérito ao conjunto de empregados, mas um incentivo a mais àqueles que deram sangue, suor e lágrimas na construção dessa meta.              

É hora, pois, de a empresa ressarcir as horas extras dos empregados que alimentaram um Banco de Horas irregular. É hora de a OTZ regularizar tal situação, procurando estabelecer um Acordo Coletivo de Trabalho no qual conste uma cláusula de Banco de Horas e outra de Participação nos Lucros e Resultados.              

Esperamos, sinceramente, que, num quadro conjuntural alvissareiro, a empresa não opte, como alguns “empresários”, pelo caminho do lucro máximo à custa da superexploração dos trabalhadores e do total desrespeito à legislação trabalhista.              

Caso a OTZ opte pela regularização, o Sintcon-RJ estará aberto à negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho, de forma tripartite  (Empresa – Sindicato – Trabalhadores), isto é, um acordo coletivo cujo aval necessariamente vai passar pela assembléia dos empregados da empresa.                                     



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