A pequena aldeia de Davos, na Suíça, muito antes de se tornar célebre por hospedar o Fórum Econômico Mundial, já era conhecida desde 1924, quando Thomas Mann publicou o livro “A montanha mágica”, imediatamente reconhecida como uma das grandes obras literárias do século XX.
Nesta obra literária, Thomas Mann enfoca o lugarejo como o sanatório Berghof, onde a elite da burguesia européia, finda a 1ª grande guerra mundial, se reunia para buscar soluções para a recessão econômica que se prenunciava, fruto da repercussão da reconstrução de impérios destruídos pela 1ª guerra mundial, como o Alemão, o Russo e o Austro-Hungaro, bem como a cura para suas enfermidades pulmonares, principalmente a tuberculose, efeito das armas químicas utilizadas no conflito bélico e da superprodução industrial.
Neste Fórum, em janeiro deste ano, uma nova elite burguesa se reuniu para celebrar suas realizações e sua visão do mundo. O foco foi outro sanatório Berghof, onde a elite do capitalismo internacional comemorou o caos – uma hiperconcentração de renda e riqueza nas mãos de poucos e o crescimento do desemprego, conduzindo a sociedade para a barbárie, além de buscar um remédio para essa enfermidade mental chamada neoliberalismo.
Convidado como espectador, ou no máximo um mero ator coadjuvante, o presidente golpista Michel Temer lá compareceu para agradecer a ajuda que teve para consolidação do golpe, bem como para assegurar aos seus mandatários que as reformas previstas para consolidação do neoliberalismo no Brasil seriam concretizadas em breve.
Numa palestra proferida para uma miniplatéia, entre os presentes representantes das transnacionais Nestlé, Coca-Cola, Egito etc., Temer assegurou que está certa a privatização do setor de geração de energia, bem como a exploração de nossos recursos hídricos.
De acordo com o relatório da ONU – Perspectivas para o século XXI –, a água será o mineral mais importante deste século, e o Brasil, por possuir em seu território esse recurso mineral em abundância, será foco de atração dos interesses internacionais.
Fonte: Jornal Brasil de Fato