01/10/2019 - Campanha salarial: empresas oferecem só 2,5% de reajuste e querem cortar direitos
Trabalhadores da Engenharia Consultiva: abriu-se a temporada de revogação da Lei Áurea.
No último dia 26/9, foi realizada a segunda rodada de negociação coletiva entre o Sinaenco (sindicato patronal), o Sintcon-RJ e o Senge-RJ. De fato, foi a primeira negociação de fato, pois a anterior serviu apenas para que o Sinaenco apresentasse sua nova comissão de negociação, constituída por Carlos Eduardo (gerente jurídico/trabalhista da Cobrape); Valdir Gomes de Oliveira (gerente jurídico/trabalhista da Concremat); José Alberto (gerente de RH da Ecology); Maurício Carvalho (gerente de RH da PCE); e um representante da empresa SISCON, que ainda não compareceu.
Nesta rodada de negociação os representantes patronais deixaram claro que as empresas não admitem negociar qualquer cláusula que fale em estabilidade, nem de membro da CIPA, nem de grávida, nem de trabalhador(a) pré-aposentado. Deixaram claro também que é impossível o Sinaenco-RJ aceitar um índice de correção dos salários, pisos salariais, vale-refeição, auxílio-creche etc. diferente de 2,5% (dois e meio por cento), pois este é o maior índice de correção alcançado pelos contratos, mesmo sabendo que a inflação medida pelo INPC-IBGE no período (maio/2018 a abril/2019) foi de 5,07%.
Ou seja, além de não considerarem a inflação do período, as empresas oferecem menos da metade do índice, querem tirar direitos já consagrados em mais de 15 convenções assinadas e passam por cima até da reforma trabalhista, quando ousam em não reconhecer direitos consagrados por lei, não querem aceitar, segundo eles por ser um pleito da maioria das empresas, que as rescisões contratuais sejam realizadas nos sindicatos representantes da categoria.
No aguardo da conclusão dessa rodada de negociação coletiva, que ocorrerá no próximo dia 3 de outubro, convocaremos uma Assembléia Geral para deliberarmos o que fazer, diante de tanta discriminação e desrespeito aos trabalhadores.
Companheiros, mesmo vivenciando uma conjuntura adversa, é hora de reunirmos nossas forças para frearmos mais uma tentativa de revogação da Lei Áurea. Não dá para sermos explorados ano a ano e recebermos como prêmio arrocho salarial e redução de nossos direitos.
Lembrem-se: não adianta mais tarde chorarmos pelo leite derramado. Ou reivindicamos agora ou iremos amargar estas e outras imposições, em nome da “segurança no emprego”, que teremos que engolir daqui para frente.
Fiquem atentos aos nossos comunicados, compareçam às nossas assembleias. Sua presença e participação é a única forma de barramos essa política nociva aos nossos interesses.