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12/12/2008 - Seminário em Curitiba debateu crise
Evento reuniu economistas e palestrantes da Europa, América do Norte, Ásia e América Latina, analisando as consequências da atual crise capitalista para a economia mundial.
Com transmissão direta pela TV pública do Paraná, a TVE, mas sem a presença de repórteres da mídia hegemônica brasileira, foi encerrado na última quinta-feira, 11 de dezembro, em Curitiba, o  Seminário Crise & Verdades, que contou com a participação de economistas, empresários e jornalistas que debateram o momento atual da crise do capitalismo que já começa a se manifestar também na economia real com desemprego em massa nos países industrializados e já nos emergentes.
O seminário, que reúniu 30 palestrantes da Europa, Estados Unidos, China e América Latina, economistas, professores e jornalistas, e 600 inscritos, foi aberto pelo Governador Roberto Requião, que, além de dar as boas vindas e destacar a importância de se analisar e propor saídas para a crise, enfatizou a abertura do espaço da TV Pública do Paraná para transmitir para o Brasil, e da Patagônia ao Canadá, as discussões sobre temas econômicos relevantes para o momento que o país e o mundo atravessam.
A ausência da grande mídia brasileira valeu também um comentário de Requião: "Eles preferem homenagear Henrique Merelles, como fez a revista Isto É. Fizeram a sua opção, pois estão ao lado do capital financeiro".
Na primeira parte do seminário foi dada a palavra para setores do empresariado nacional e do comércio. Todos reconheceram que a crise é grave, tendo a presidente da Federação do Comércio do Paraná, Darci Viana, assinalado que a crise na economia real começará a ser sentida com mais força a partir de janeiro e fevereiro. Neste mês de dezembro, admitiu Viana, ainda há algum movimento de compras em função do décimo-terceiro salário e ainda na do dinheiro da indenização de desempregados.
Viana reconheceu que, ao contrário do que afirmam as autoridades econômicas brasileiras, a crise financeira vai chegar ao Brasil afetando o emprego. Segundo ele, agora é só o início.
Na mesma tônica, Eugenio Staub, presidente da Gradiente, admitiu também a gravidade da crise e acusou como uma das causas a aceitação pelo país do Consenso de Washington, hoje totalmente demoralizado. "O esquema do Consenso de Washinghton, com a presença de Fernando Henrique Cardoso e com a opção pelo modelo neoliberal, prejudicou o Brasil e as economias dos países emergentes", disse.
O economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, disse que a crise atual, diferente das demais em outros anos, demonstra que não haverá a repetição da bolha de 25 anos que explodiu. "Ninguém sabe como será o desdobramento desta crise, mas uma coisa é certa: haverá um renascimento dos projetos nacionais e uma revitalização do conceito de nação ou cooperação entre os povos".
Andrey Kobyakov, economista da Rússia, criticou o G-20, que, segundo ele, em novembro, realizou uma reunião ineficaz com "poucas idéias concretas, apenas na base do blablablá semelhante a outras cúpulas realizadas em 1997. Foi uma perda de tempo". No entender de Kobyakov, "o circo maluco da especulação financeira continua e é preciso dar um freio nisso tudo".


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