Trata-se, vale lembrar, de uma estratégia geralmente utilizada por governos com contornos fascistóides.
Paes, que teve como principal fonte de financiamento de sua campanha eleitoral os setores imobiliários, se limita a atacar construções irregulares em áreas carentes, deixando de agir da mesma forma onde a especulação imobiliária ao longo das últimas décadas, com a cumplicidade do poder público, deixou marcas que descaracterizaram a paisagem carioca em muitos bairros.
Para exemplificar um dos casos mais notórios de impunidade, registra-se a construção, totalmente ilegal, de um conjunto de prédios na encosta de um morro na área da Fonte da Saudade, na Lagoa Rodrigo Freitas. Se fosse coerente e adotasse o mesmo procedimento feito em área carente próximo de uma favela, no Recreio dos Bandeirantes, em que foram demolidas construções irregulares, Paes teria de fazer o mesmo com os prédios de alto luxo na Fonte da Saudade.
O Prefeito já no dia da posse prometeu conter gastos e disse estar preparando o Rio para enfrentar a crise financeira que começa a se manifestar na economia brasileira. Não será surpresa se Paes dispensar funcionários púbicos.
Na área de educação, Eduardo Paes nomeou como secretária Claudia Costin, que foi Secretária de Administração no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e Secretária de Cultura na gestão do então governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, além de vice-presidente da Fundação Victor Civita. Ela foi convocada para gerir um projeto em que o empresariado ditará regras com o objetivo de conseguir mão de obra barata. Ou seja, fará o jogo da privatização que o Governador Sergio Cabral vem executando na área de Educação e Saúde.