Foto: Wilson Dias/ABr
Em discurso pronunciado na última sexta-feira, 19/06, o presidente Lula defendeu os desmatadores que estão destruindo a Amazônia, dizendo que eles ‘não podem ser chamados de criminosos’. Em menos de uma semana, é o segundo absurdo que Lula diz publicamente. No dia 16/06, foi a vez de Lula defender o senador José Sarney — que empregou parentes naquela casa legislativa — no maior escândalo de nepotismo e falta de transparência dos últimos tempos.
Para o presidente que já chamou os usineiros de ‘heróis’, Sarney não é uma 'pessoa comum'. Com certeza, não é mesmo: tem o apoio do governo federal. Cumpre ressaltar que, durante o escândalo do mensalão, Lula tentou minimizar o caso, numa atitude vergonhosa de um governo cada vez mais vergonhoso.
Recentemente, o Senado Federal aprovou a Medida Provisória (MP) 458, que regulariza terras griladas de até 1.500 hectares na Amazônia. A edição da MP também comprova o quanto o governo Lula é, atualmente, um dos maiores defensores dos interesses do agronegócio, do latifúndio e dos especuladores de terras no país. Algo vergonhoso e sem precedentes.
Segundo a vergonhosa MP, as terras ‘regularizadas’ que têm entre 400 e 1.500 hectares podem ser revendidas após três anos. Já os pequenos proprietários — com terras de 100 a 400 hectares — precisam aguardar 10 anos para ter o mesmo direito. A MP da grilagem também permite que terras ocupadas para fins de exploração comercial sejam ‘regularizadas’ em nome de empresas ou de prepostos (laranjas) de proprietários rurais.
A MP da grilagem vem sendo questionada por ambientalistas do país e do exterior, junto com a MP 452, de fevereiro deste ano, que acaba com a exigência de licenciamento ambiental para ampliação e/ou revitalização de rodovias. Segundo denúncias dos partidos de oposição e ambientalistas, a referida MP visa possibilitar a abertura da BR 319 no coração da floresta amazônica.
Desde o primeiro mandato, o governo Lula tem se notabilizado por não atender as principais demandas dos movimentos de conservação ambiental e pela reforma agrária, que, no governo Lula, avançou menos que na administração FHC.